Economia colaborativa como fonte de crescimento

Tempo de leitura: 7 min

Escrito por Jotarchangelo
em 13 de junho de 2023

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Economia colaborativa como fonte de crescimento

INTRODUÇÃO:

Dando sequência às reflexões tecidas a partir dos estudos do SEBRAE-MG que apontou seis grandes tendências de negócios altamente lucrativos para pequenos e médios empreendedores, hoje abordaremos o quarto tema, ou seja, a Economia Colaborativa como fonte de crescimento.

Apenas para relembrar, as seis grandes tendências de negócios altamente lucrativos para os novos tempos, segundo os estudos do SEBRAE-MG são:

a) Empreendedorismo com propósito;

b) Diversidade como vantagem competitiva;

c) Inovação e tecnologia em favor de negócios mais sustentáveis;

d) Economia colaborativa como fonte de crescimento;

e) Economia circular como oportunidade de negócio;

f) Cidades sustentáveis, ambientes para o empreendedorismo.

Antes de abordar o tema da Economia Colaborativa como Oportunidade de Negócio, se faz necessário dizer que se trata de um novo olhar sobre o panorama e a prática econômicos, ou seja, se trata da superação de uma visão individualista, competitiva e predatória migrando para uma visão de economia plural e colaborativa.

Essa mudança de olhar sobre a economia não significa a renúncia dos objetivos econômicos da empresa. Pelo contrário, o olhar e a prática colaborativos na economia representam novas oportunidades de negócios e, consequentemente, a redução de custos e a maximização de lucros. E, melhor ainda, saindo da beligerância competitiva para aumentar a interajuda, superar estratégias do perde-ganha para fortalecer práticas em que todos-ganham.

1. Introdução, Conceito e Fundamentos da Economia Colaborativa

A Economia Colaborativa, também conhecida como economia compartilhada, ou economia em rede, é um sistema de produção de bens e/ou prestação de serviços em que ativos e serviços deixam de ser propriedade da empresa e são compartilhados, trocados entre indivíduos. Essa nova percepção de mundo e de negócios assenta-se na visão que a divisão substitui o acúmulo de bens ociosos.

Esta é a primeira e importante percepção da Economia Colaborativa: maquinários, espaços, objetos em geral, já obsoletos ou sem uso para uma pessoa (ou empresa) podem ser essenciais no atendimento de necessidades de outras pessoas (ou empresas).

Assim, a Economia Colaborativa sedimenta-se na ideia de Compartilhamento de Recursos e na Valorização da Experiência de Uso em detrimento da Posse de Bens. Assim, conceitos são revistos e algumas empresas – como a Airbnb e Uber – saíram na frente com valorização e lucro exponencial no mercado financeiro. Essas duas empresas – entre outras – propuseram modelos de negócios altamente inovadores, ancorados na crescente utilização de novas tecnologia e, sobretudo, com um olhar diferente sobre a utilização dos recursos disponíveis.

Podemos dizer que a Economia Colaborativa se refere a um modelo econômico baseado no compartilhamento de recursos, habilidades e conhecimento entre pessoas, empresas e comunidades. Seus fundamentos residem na ideia de utilizar de forma mais eficiente os ativos existentes, incentivando a cooperação, a confiança e a criação de valor compartilhado.

Exemplos notáveis de plataformas e setores que adotaram esse modelo incluem empresas de compartilhamento de carros, hospedagem, coworking e financiamento coletivo.

A economia colaborativa desempenha um papel cada vez mais importante como fonte de crescimento econômico, impulsionando a inovação e criando oportunidades para empresas de todos os tamanhos.

Ilustra bem o slogan: “Só preciso de um furo na parede, não preciso de uma furadeira”. Muitas empresas compram equipamentos duradouros para serem utilizados em pouco tempo. Depois de seu uso, tais equipamentos ficam parados (e até obsoletos) em almoxarifados que só resultam em trabalho, manutenção e gastos.

O mesmo se pode dizer de aparelhos musicais e de projeção de vídeos: “Não preciso de um aparelho de DVD, só quero ver o filme”. A Netflix entendeu esse conceito e saiu na frente.

2: Impactos sociais, econômicos e ambientais da Economia Colaborativa.

Impactos Econômicos e Trabalhistas: A economia colaborativa tem gerado mudanças profundas no mercado de trabalho e no empreendedorismo. Ela tem possibilitado acentuado aumento do empreendedorismo, permitindo que indivíduos e pequenas empresas ofereçam serviços e produtos de forma mais ágil e flexível.

Além disso, a economia colaborativa tem aberto novas formas de trabalho e modelos de negócios, como o freelancer e o trabalho por demanda.

No entanto, também traz desafios, como a garantia de direitos trabalhistas e a proteção dos profissionais envolvidos.

Impactos Sociais: A economia colaborativa também desempenha um papel significativo na inclusão social e na redução da desigualdade, fornecendo oportunidades de trabalho e renda para indivíduos que anteriormente poderiam ter sido excluídos do mercado tradicional.

Vale retomar que é um desafio para a Economia Colaborativa a questão de direitos trabalhistas e, também, a questão da valorização profissional.

Impactos Ambientais: A ideia do uso compartilhado de objetos ociosos na empresa irá causar impactos ambientais com a redução de objetos descartados na natureza e com a redução da retirada de matéria prima para a fabricação de objetos que serão pouco utilizados.

3: Benefícios Econômicos e Sociais da Economia Colaborativa

Redução de Custos: A economia colaborativa traz consigo uma série de benefícios econômicos e sociais. Ela promove a criação de valor compartilhado, permitindo que recursos ociosos sejam utilizados de forma mais eficiente, reduzindo custos e ampliando o acesso a bens e serviços mais acessíveis.

Sustentabilidade e Consumo Consciente: Além disso, a economia colaborativa estimula a sustentabilidade e o consumo consciente, ao promover o uso compartilhado e a utilização mais eficiente dos recursos existentes.

Fomento a Novas Soluções para Velhos Problemas: Essa abordagem também fomenta a inovação e o desenvolvimento de novas soluções, impulsionando a economia como um todo.

Fortalecimento de Comunidades Locais: Não menos importante, a economia colaborativa fortalece as comunidades locais, estimulando a cooperação entre os participantes e criando vínculos sociais mais fortes.

4. Desafios e Regulamentação da Economia Colaborativa

Apesar de suas vantagens, a economia colaborativa também enfrenta desafios significativos. Questões legais e regulatórias emergem à medida que novos modelos de negócios surgem e desafiam os padrões estabelecidos.

A governança e a confiança nas plataformas colaborativas são pontos críticos, pois é necessário garantir a segurança e a qualidade dos serviços oferecidos. Conflitos entre os modelos tradicionais e a economia colaborativa podem surgir, e é fundamental encontrar um equilíbrio que beneficie todos os envolvidos.

A proteção do consumidor e dos direitos trabalhistas também é um aspecto essencial, exigindo uma abordagem regulatória adequada. Para superar esses desafios, a cooperação entre governo, empresas e sociedade civil é fundamental.

5. Perspectivas Futuras e Recomendações para a Economia Colaborativa

A economia colaborativa continua a evoluir e a oferecer oportunidades promissoras no futuro. Tendências como a digitalização, a Internet das Coisas e a inteligência artificial moldarão ainda mais o campo da economia colaborativa.

A tecnologia desempenha um papel fundamental na expansão e na melhoria dos modelos de negócios colaborativos. Para aproveitar ao máximo essa transformação, é crucial investir na educação e capacitação dos participantes da economia colaborativa, aprimorando suas habilidades e conhecimentos. Recomenda-se também que governos, empresas e indivíduos adotem uma abordagem proativa, colaborando para desenvolver regulamentações adequadas, promover a cooperação e aproveitar todo o potencial da economia colaborativa.

Considerações Finais

A economia colaborativa representa uma oportunidade emocionante para o crescimento empresarial.

Seu impacto no mercado de trabalho, o estímulo ao empreendedorismo, os benefícios econômicos e sociais que proporciona, os desafios que enfrenta e as perspectivas futuras que apresenta são elementos cruciais a serem considerados.

Ao compreender e abraçar os princípios da economia colaborativa, temos a chance de impulsionar nosso crescimento e inovação, enquanto promovemos uma sociedade mais inclusiva, justa e sustentável.

Juntos, podemos aproveitar ao máximo a economia colaborativa e construir um futuro próspero para nossas empresas e comunidades.

Por José Archângelo Depizzol

13/06/2023

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