De acordo com o estudo elaborado pelo SEBRAE/MG destacam-se seis grandes tendências de negócios altamente lucrativos para pequenos e médios empreendedores:
a) Empreendedorismo com propósito;
b) Diversidade como vantagem competitiva;
c) Inovação e tecnologia em favor de negócios mais sustentáveis;
d) Economia colaborativa como fonte de crescimento;
e) Economia circular como oportunidade de negócio;
f) Cidades sustentáveis, ambientes para o empreendedorismo.
A primeira grande tendência (Empreendedorismo com Propósito) foi tema de nosso artigo anterior. Hoje vamos colocar foco na segunda grande tendência de negócios altamente lucrativos para pequenos e médios empreendedores, ou seja, a Diversidade como Vantagem Competitiva.
Há consenso no mundo das lideranças empresariais que a Diversidade e Inclusão tornaram-se essenciais e obrigatórios não só como imperativo ético, mas, sobretudo, como elemento primordial na criação de uma cultura empresarial mais humana e lucrativa. O mesmo se pode dizer de seu oposto: Discriminação, assédio e culturas tóxicas impactam negativamente a marca e o desempenho financeiro da empresa. Por tanto, esses temas devem ser tratados de maneira sistêmica e institucional, envolvendo toda a empresa.
Vivemos numa sociedade plural e formada pelos mais diferentes perfis de grupos, costume e culturas. Assim, se faz necessário que a empresa tenha um olhar plural e diversificado a respeito das “diferentes” necessidades de seus clientes.
Faz-se necessário frisar, de antemão, que o conceito de diversidade vai muito além da contratação de colaboradores com necessidades especiais e/ou o atendimento legal da garantia de cotas para grupos específicos.
O conceito de Diversidade é muito mais amplo. Durante muito tempo as empresas definiam um perfil de colaborador e tentavam contratar somente pessoas que se adequavam e se enquadravam dentro desse perfil predefinido. Essa prática levava as empresas a perceber o mundo e as necessidades de seus clientes apenas sob uma determinada ótica. Essa uniformidade de perfil profissional e pessoal levava a uma visão restrita do mundo empresarial e social.
Hoje trabalha-se com o conceito de Diversidade e, como dissemos acima, esse conceito ultrapassa a prática do atendimento legal de cotas e/ou contratação de colaboradores com necessidades especiais.
A Diversidade envolve a criação de uma cultura inclusiva dos “diferentes” agentes sociais. Diversos olhares e diferentes percepções de mundo criam conhecimentos diversos que enriquecem e potencializam a prática empresarial. A diversidade presente nas raças, idades, gêneros, regiões, crenças e culturas forma uma bagagem única para cada profissional, e isso enriquece a visão e a atuação da empresa.
A diversidade de perfis na equipe de colaboradores faz com que as pessoas tenham uma visão diferente sobre temáticas e decisões a serem tomadas. Isso pode gerar conflitos e divergências. Isso requer atitude de respeito, empatia e colaboração de todos os envolvidos, pois quando os profissionais são diferentes, suas opiniões divergem sobre cada temática. O resultado é que a visão de mundo da empresa se torna mais ampla, tornando-a mais competitiva no mercado.
Consideremos a riqueza de olhares e percepções de mundo numa equipe de trabalho composta por pessoas experientes e pessoas jovens (diversidade de idade), pessoas com necessidades especiais, pessoas das mais diferentes etnias, pessoas com estados civis diferentes, pessoas que confessam os mais diversos credos religiosos, pessoas de gêneros diferentes, de orientação (política, sexual, filosófica…) diferente, pessoas de culturas e classes sociais diferentes. Quanta riqueza e alargamento da percepção de mundo. Isso resulta em vantagem competitiva para a empresa.
Quando a diversidade for bem gerida resultará em menos conflitos internos, pois constrói, de forma gradativa, uma cultura voltada para o respeito ― algo que passa a fazer parte dos valores e da cultura organizacional.
Há que se frisar que jamais o conceito de Diversidade pode ser empregado como justificativa para a Desigualdade. Vários estudos apontam a disparidade salarial entre homens e mulheres. Essa prática pode colocar em risco todo o investimento empresarial na criação de uma cultura de representatividade demográfica da sociedade em que a empresa esteja inserida.
Como a empresa pode contribuir para esse cenário positivo de representatividade nas organizações e alcançar os benefícios de uma cultura empresarial diversificada?
a) Análise diagnóstica sobre o quadro de colaboradores. Quais são os critérios e os perfis de colaboradores que tem orientado as contratações? Como é possível ampliar a diversidade no quadro estratégico da empresa?
b) Trabalhar a cultura organizacional da empresa: verificar se há sentimento de exclusão entre os colaboradores, de desigualdade, de menosprezo por determinados tipos e perfis. Analise como fazer para passar da uniformidade de perfil para a pluralidade de visão de seus colaboradores.
c) Melhorar a comunicação interna: A cultura da Diversidade não deve ser apenas assumida pela direção da empresa, mas esse clima organizacional, essa cultura deve ser assumida por todos na empresa. E para alcançar o engajamento de todos, é fundamental trabalhar a comunicação interna com foco no respeito às diferenças. Dependendo da situação da companhia, pode ser necessário promover treinamentos sobre conscientização.
d) Repensar políticas e processos de recrutamento: para o alcance desse objetivo se faz necessário repensar os locais de onde são recrutados seus colaboradores (mesmas universidades, das mesmas instituições de ensino técnico, dos concorrentes diretos, de apadrinhados políticos, etc.).
É claro que para se adotar essa postura, a empresa precisa despir-se de toda discriminação e preconceito. No entanto, a contratação não pode fundamentar-se apenas na necessidade especial da pessoa, na orientação sexual, na raça, cor ou etnia. Mas, se faz necessário buscar entre os grupos “diferentes” as competências e habilidades requeridas para o cargo.
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José Archângelo Depizzol
07/12/2022
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